Guerra Civil do Burundi

Guerra Civil do Burundi
Data 21 de outubro de 1993 - 15 de maio de 2005
Guerrilhas do PALIPEHUTU: 1985-2008
Local Burundi
Desfecho Acordos de paz
Desmobilização das milicias
Eleição de Pierre Nkurunziza
Beligerantes
Governo
UPRONA
Burundi FDNB
Rebeldes
CNDD (FDD)
(FDD dividida desde 2001)[1]
  • FDD Ndayikengurukiye
  • FDD Nkurunziza
PALIPEHUTU (FNL)
FROLINA (FAP)[2]
ULINA (FALINA)[3]
Milícias menores de hutus e tutsis
Comandantes
Burundi Sylvie Kinigi
Burundi Pierre Buyoya
Leonard Nyangoma (NCDD)
  • Jean Ndayikengurukiye (FDD)
  • Pierre Nkurunziza (FDD)

Cossan Kabura (PALIPEHUTU)

  • Agathon Rwasa (FNL)
Forças
c. 20.000 soldados (1995)[4]
40.000 soldados (1998)[5]
40.000 soldados (2002)[6]
5.500 policias (2002)[6]
20.000 policias (2004)[7]
10.000 paramilitares (2004)[7]
30.000 soldados (2005)[8]
13.000 policias (2005)[8]
FDD:
3.000-10.000 (1998)[5]
10.000-16.000 (2000)[5]
15.000 (2001)[1]
15.000[9]-16.000 (2002)[6]
10.000-12.000 Nkurunziza (2002)[1]
5.000 Ndayikengurukiye (2002)[1]
8.100 (2005)[8]
FNL:
2.000 (1998)[5]
1.500-3.000 (2001)[7]
2.000-3.000 (2002)[6]
200.000[10] - 340.000[11] mortos e 500.000 deslocados.[10]
Redução das forças armadas a 25.000 efetivos.[7]
77.900 combatentes desmobilizados entre 2004 e 2008: 41.000 das FDNB, 15.500 dos rebeldes e 21.400 Gardiens de la Paix (políciais) e paramilitares.[7]

A Guerra Civil do Burundi foi um conflito armado com duração de 1993 a 2005. A guerra civil foi o resultado de divisões étnicas de longa data entre os hutus e as tribos tutsis no Burundi. O conflito começou após as primeiras eleições multipartidárias no país desde a independência da Bélgica em 1962 e é formalmente dado como finalizado com a tomada de posse de Pierre Nkurunziza, em agosto de 2005. O número de mortos estimado é de 300.000.

Em 1962, o país se tornou independente, com uma monarquia que tentava manter um equilíbrio de poder entre Hutus e Tutsis, mas após o ocorrido em Ruanda, os tutsis passaram a monopolizar o poder político e militar, derrubando o rei em 1966 e sucedendo golpes de estado e ditaduras militares entre 1972 e 1973, o governo tutsi comete genocídio contra os hutus, matando de 80 a 210 mil pessoas,[12] expulsando mais 85 mil [13] (outros 10.000 tutsis foram mortos na época pelos confrontos).[14] Em 1988, rebeldes hutus do PALIPEHUTU massacraram 5000 tutsis no norte e entre 1993 e 1994 outros 25.000 sofreram o mesmo destino,[13] grupo rebelde começou seus ataques em 1985.

As primeiras eleições nacionais multipartidárias no Burundi foram realizadas em 27 de junho de 1993. Melchior Ndadaye, da Frente para a Democracia no Burundi (FRODEBU) venceu a eleição presidencial e se tornou o primeiro hutu a ser presidente desse país. Os hutus são o grupo étnico majoritário, com 85% da população, mas o governo tinha estado tradicionalmente nas mãos dos Tutsis e seu partido político, a União Nacional para o Progresso (UPRONA). Ndadaye foi morto em um golpe de Estado dos militares tutsis em 21 de outubro de 1993.

A violência entre grupos étnicos seguiu ao golpe quase imediatamente, enquanto os hutus atacaram os tutsis responsabilizando-os pelo golpe e a morte de Ndadaye, os militares tutsis mataram milhares de hutus, numa tentativa de manter o poder. Durante grande parte do conflito, o Conselho Nacional para a Defesa da Democracia-Forças para a Defesa da Democracia (CNDD-FDD) foi o principal grupo rebelde hutu que operou no país, os rebeldes ganharam o controle de grandes áreas do noroeste do Burundi, conseguindo atacar em julho de 2003 a capital, Bujumbura, sem sucesso. A guerra se espalhou para países vizinhos, especialmente na República Democrática do Congo, que sofria sua própria guerra civil.

Em 2005, os principais grupos rebeldes começaram a desmobilizar e converterem-se em partidos políticos, apesar de alguns setores só aceitarem os acordos de paz em 2008.

Ver Também

Referências

  1. a b c d Unidentified Flags or Ensigns - Part 2 (2010)
  2. Global security - Front pour la liberation nationale (FROLINA) - Forces armees du peuple (FAP)
  3. Global security - Union pour la liberation nationale (ULINA) -Forces de liberation nationale (FALINA)
  4. Armed forces personnel; total in Burundi
  5. a b c d Uppsala conflict data expansion. Non-state actor information. Codebook pp. 147-151
  6. a b c d Armed forces - Burundi
  7. a b c d e UAB - Burundi (PNDDR, 2004-2008)
  8. a b c Burundi: Hacia la formación de la FDN progresos significativos, señales de esperanza…
  9. L'origine de la scission au sein u CNDD-FDD pp. 5
  10. a b Burundi
  11. Global security - Burundi Civil War
  12. White, Matthew. Death Tolls for the Major Wars and Atrocities of the Twentieth Century: C. Burundi (1972-1973, primarily Hutu killed by Tutsi) 120,000
  13. a b History - Burundi - issues, area, farming, system, power, policy
  14. «Conciliation Resources: Accord programme - Accord: Engaging armed Groups in peace processes - Burundi Primer» (PDF). Consultado em 2 de novembro de 2011. Arquivado do original (PDF) em 11 de janeiro de 2011 
  • v
  • d
  • e
Norte de África
Egito
Líbia
  • Conflito de Cufra em 2008
  • Crise Líbia
    • Primeira Guerra Civil Líbia (2011)
    • Violência faccional (2011–2014)
    • Segunda Guerra Civil Líbia (2014–2020)
Saara Ocidental
Outros
África Ocidental
Nigéria
Mali
Outros
África Central
República
Democrática
do Congo
Outros
África Oriental
Etiópia
Somália
Quênia
Sudão
Sudão do Sul
Uganda
Outros
África Austral
Tópicos relacionados