Manuel Lacerda de Almeida

Manuel de Lacerda de Almeida.

Manuel Lacerda de Almeida (Horta, 15 de Março de 1890 — Lisboa, 1 de Janeiro de 1955) foi um intelectual, professor e político, ligado à ala radical do republicanismo português, que, entre outras funções, foi Ministro da Instrução Pública de um dos governos da Primeira República Portuguesa. Formado em Matemática dedicou-se à astronomia.[1]

Biografia

Nasceu na cidade da Horta, ilha do Faial, cidade onde iniciou os estudos secundários, que terminou no Liceu Nacional de Ponta Delgada por ao tempo o Liceu da Horta ministrar apenas o ciclo inicial de estudos. Concluído o ensino secundário matriculou-se no curso de Matemática da Universidade de Coimbra que concluiu em 1912.[1]

Durante a sua permanência em Coimbra aderiu aos ideais do republicanismo mais radical, sendo posteriormente membro destacado do Partido Radical. Durante o período em que prestou serviço militar como oficial miliciano do Exército Português envolveu-se em diversas tentativas de sublevação militar, ficando conhecido pelas suas ideias republicanas radicais.

Ingressou na função pública como observador astronómico, trabalhando no serviço que determinava a hora legal, inicialmente no Observatório Astronómico da Ajuda, em Lisboa, e depois no Observatório Astronómico de Lourenço Marques, em Moçambique, de que foi diretor. Regressado a Lisboa, passou a exercer funções no Observatório Astronómico da Ajuda, onde trabalhou até falecer, acumulando com o exercício da docência no ensino particular.

Ligado aos movimentos intelectuais mais avançados do seu tempo, foi uma das figuras mais influentes da esquerda radical do movimento republicano, advogando a via revolucionária como solução para os problemas nacionais. Nesse contexto participou activamente em algumas revoltas militares contra os governos do regime republicano, com destaque para a tentativa de revolta de 1 de Fevereiro de 1926, a revolta de Almada, de que em conjunto com João Lopes Martins foi um dos dirigentes, organizando a sublevação do Regimento de Artilharia de Vendas Novas.[1] Em consequência dessa participação foi deportado para a ilha de São Miguel, nos Açores.[1]

Como membro do Partido Radical, e em consequência da sua ligação aos movimentos intelectuais da época, foi nomeado Ministro da Instrução Pública no XXXII Governo da I República, presidido por Manuel Maria Coelho, em funções de 19 de outubro de 1921 a 5 de novembro do mesmo ano.

Notas

  1. a b c d Nota biográfica de Manuel Lacerda de Almeida na Enciclopédia Açoriana.

Ligações externas

  • Manuel Lacerda de Almeida na Enciclopédia Açoriana
  • Manuel Lacerda de Almeida na Politipédia
  • v
  • d
  • e

António de Sousa Júnior José Sobral Cid Frederico Ferreira de Simas Joaquim Pimenta de Castro (interino) Manuel Goulart de Medeiros Junta Constitucional José de Castro (não empossado) Sebastião de Magalhães Lima José de Castro (interino) João Lopes Martins Frederico Ferreira de Simas (2.ª vez) Joaquim Pedro Martins António José de Almeida (interino) Joaquim Pedro Martins (continuação) José Maria Barbosa de Magalhães Artur de Almeida Ribeiro (interino) José Maria Barbosa de Magalhães (continuação) Junta Revolucionária Alfredo Magalhães Domingos Pereira Leonardo Coimbra Joaquim José Oliveira Afonso Pinto Veloso (não empossado) Joaquim José Oliveira (reconduzido) João de Deus Ramos Vasco Borges Augusto Nobre Francisco Velhinho Correia (interino) Artur Octávio do Rego Chagas Felisberto Pedrosa (interino) Júlio Dantas Augusto Nobre (2.ª vez) Júlio Martins Tomé de Barros Queirós (interino) António Ginestal Machado António Alberto Torres Garcia (não empossado) Manuel de Lacerda de Almeida • Francisco Alberto da Costa Cabral Alberto Rocha Saraiva Augusto Nobre (3.ª vez) Leonardo Coimbra (2.ª vez) João Camoesas António Maria da Silva (interino) João Camoesas (continuação) Manuel de Melo e Simas António Sérgio Hélder Ribeiro António de Abranches Ferrão António de Sousa Júnior (2.ª vez) Rodolfo Xavier da Silva Eduardo Santos Silva João Camoesas (2.ª vez) Eduardo Santos Silva (2.ª vez)

Bandeira ministerial portuguesa
« Monarquia Constitucional
Segunda República »
  • v
  • d
  • e
32.º governo republicano (1921)
Presidente do Ministério
Manuel Maria Coelho, 82.º chefe de governo de Portugal
Ministros
Interior
Justiça e dos Cultos
Vasco Guedes de Vasconcelos não empossado António Arez
Finanças
Francisco António Correia
Guerra
José Cortês dos Santos
Marinha
Vítor Macedo Pinto não empossado Francisco Luís Ramos
Negócios Estrangeiros
Comércio e Comunicações
António Pires de Carvalho
Colónias
Instrução Pública
António Alberto Torres Garcia não empossado Manuel de Lacerda de Almeida
Trabalho
António Pires de Carvalho interino Alfredo Azevedo e Sousa • Manuel Maria Coelho interino
Agricultura
← 31.º governo (1921) • 33.º governo (1921) →
Controle de autoridade