Civitates orbis terrarum

"Civitates orbis terrarum": Limburgo
"Civitates orbis terrarum": Cascais
"Civitates orbis terrarum": Sofala

O Civitates orbis terrarum é uma obra publicada entre 1572 e 1617.

História

Foi fruto de um ambicioso projeto editorial, concebida como um complemento ao atlas de Abraham Ortelius, Theatrum Orbis Terrarum (1570), e que se converteu na mais completa coleção de vistas panorâmicas, planos e comentários textuais de cidades publicada durante a Idade Moderna.

Um vasto grupo de informantes, desenhadores e colaboradores constituiu uma equipe liderada por Georg Braun (1541-1622), cónego da catedral de Colónia, principal impulsionador e coordenador geral da obra. Os desenhos originais foram realizados por diversos autores: Frans Hogenberg (1535-1590) criou os quadros para os volumes I a IV, e Simon van den Neuwel para os volumes V e VI. Outros contribuintes foram Georg Hoefnagel, artista flamengo que percorreu numerosos paises para compôr as suas vistas, o cartógrafo Daniel Freese e Heinrich Rantzau. Foram também usados alguns trabalhos de Jacob van Deventer, Sebastian Münster e Johannes Stumpf.

O gravador Franz Hogenberg foi o encarregado de realizar a maior parte das pranchas para a impressão. Os textos latinos que acompanham as imagens, em boa parte redigidos pelo próprio Braun, são de natureza descritiva e aludem à história, à geografia e aos aspectos sociais e económicos de cada cidade. A obra foi publicada em seis volumes, que vieram a público em anos sucessivos - 1572, 1575, 1581, 1588, 1598 e 1617 -, sendo reimpressa e reeditada em numerosas ocasiões, em diversos países.

Entre as 546 ilustrações de cidades de todo o mundo à época,[1] encontram-se representadas sobretudo as cidades Europeias. Contudo, no I volume são incluídas as cidades de Casablanca[2] e da Cidade do México.[3]

Para Portugal a obra reveste-se de particular valor, uma vez que apresenta, além de Lisboa, Braga, Coimbra e Cascais no continente, diversas possessões ultramarinas como por exemplo Arzila, Azamor, Ceuta, Diu, Goa, Mombaça, Safim, Salé, Sofala e Tânger, representando não apenas essas praças com as suas principais estruturas, mas também o seu entorno, as paisagens onde se encontravam inscritas, permitindo identificar as principais características da topografia e dos recortes das costas marinhas.[4]

Ver também

Referências

  1. Civitates orbis terrarum - Braun and Hogenberg
  2. Map of Casablanca, 1572, Braun and Hogenberg
  3. Map of Mexico, 1572, Braun and Hogenberg
  4. CRUXEN, Edison. "A arquitetura militar portuguesa no período de Expansão Ultramarina e suas origens medievais" in Aedos, vol. 3, nº 9, 2011. Consultado em 23 dez 2011.

Ligações externas

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  • Civitates orbis terrarum (descrição e digitalizações)
  • Civitates orbis terrarum - Braun and Hogenberg