Batalha de Beroia

 Nota: Este artigo é sobre a batalha travada em 1122. Para a ocorrida em 1208, veja Batalha de Beroia (1208).

Coordenadas: 43° 26' N 25° 39' E

Batalha de Beroia
Restauração Comnena

Imperador João II Comneno, comandante das forças bizantinas na batalha.
Data 1122
Local Beroia (atual Stara Zagora), Bulgária
Coordenadas 43° 26' N 25° 39' E
Desfecho Vitória decisiva do Império Bizantino
Beligerantes
Império Bizantino Pechenegues
Comandantes
João II Comneno desconhecido
Forças
desconhecido
  • 480 Varegues
desconhecido
Baixas
desconhecido desconhecido
Beroia está localizado em: Bulgária
Beroia
Localização de Beroia (Stara Zagora) no que é hoje a Bulgária

A Batalha de Beroia (atual Stara Zagora) foi um conflito entre os pechenegues e o imperador João II Comneno (r. 1118–1143), do Império Bizantino em 1122, no que é hoje a Bulgária, e resultou no desaparecimento definitivo dos pechenegues enquanto força independente.

Antecedentes

Em 1091 , os pechenegues invadiram o Império Bizantino, porém foram derrotados por Aleixo I Comneno na batalha de Levúnio. Esta derrota teve como consequência a quase total extinção de todos os pechenegues que participaram na invasão, contando com a sobrevivência de um a apenas pequeno número de gentes. Em 1094 os cumanos atacaram o império, e vários pechenegues foram mortos ou aprisionados. Apesar de tudo, este povo não teria ainda sido completamente derrotado pelas aldeias vizinhas.

Em 1122, os pechenegues das estepes russas invadiram novamente o Império Bizantino, atravessando a fronteira do rio Danúbio em território bizantino.[1] De acordo com Michael Angold, é possível que a invasão tivesse ocorrido com o apoio de Vladimir II Monômaco (r. 1113–1125), governante de Quieve, considerando o facto de que os pechenegues haviam outrora auxiliado o príncipe.[1][2] Esta invasão representou uma séria ameaça ao controle bizantino sobre o norte da Península Balcânica. O imperador João II Comneno de Bizâncio (1118 - 1143) decidido a enfrentar os invasores, transferiu o seu exercito desde a fronteira da Ásia Menor (onde tinha combatido contra os turcos seljúcidas) para a Europa, preparando-se para confrontar os pechenegues a norte.

Batalha

Arqueiro a cavalo em ação. Ilustração do norte de Itália, do século X.

O imperador bizantino reuniu suas forças perto de Constantinopla, seguindo-se ao ataque contra o exército pechenegue o mais rápido possível. Enquanto isso, os pechenegues haviam cruzado a Cordilheira dos Bálcãs e acamparam perto da cidade de Beroia na Trácia. No encontro, o imperador propôs um tratado de paz com condições favoráveis aos seus interesses, contudo, enganados, os pechenegues foram atacados de surpresa pelos bizantinos, que lançaram um ataque furtivo ao acampamento. A resistente e poderosa resposta a que os bizantinos se sujeitaram.[3] forçou o imperador a ordenar a intervenção da sua guarda varegue (guarda de elite militar pessoal do imperador bizantino) na batalha, o que obrigou os pechenegues a recuar. A intervenção dos varegues, armados com as suas distintas hachas danese, foi decisiva, uma vez que conseguiram rodear o exército inimigo e derrotá-lo. A vitória foi alcançada e os sobreviventes pechenegues foram detidos ou alistados no exército bizantino.[4]

Consequências

A vitória bizantina exauriu por completo a ameaça dos pechenegues enquanto força independente. Durante algum tempo, as comunidades significativas de pechenegues ainda permaneceram na Hungria, porém deixaram de se afirmar enquanto grupo comunitário individual e foram gradualmente assimilados aos povos vizinhos, como os búlgaros e magiares. Para os bizantinos, esta vitória não conquistou a paz de imediato. Em 1128, os bizantinos foram atacados pelos húngaros, e só em 1130 é que os bizantinos foram capazes de recuperar a sua fronteira do Danúbio.[5] Com isto, a vitória sobre os pechenegues e, posteriormente, sobre os húngaros, garantiu a continuidade da restauração comnena do Império Bizantino e assegurou que grande parte da península balcânica permanecesse bizantina. Isto, por sua vez, abriu espaço a que João II concentrasse os seus esforços no conflito contra os turcos seljúcidas na Ásia Menor e na Palestina.

Referências

  1. a b Angold 1997, p. 184.
  2. Curta 2006, p. 312.
  3. Birkenmeier 2002, p. 90.
  4. Cinnamus 1976, p. 16; Choniates & Magoulias 1984, p. 11.
  5. Angold 1984, p. 154.

Bibliografia

  • Angold, Michael (1984). The Byzantine Empire, 1025–1204: A Political History (First Edition). London, United Kingdom: Longman. ISBN 978-0-58-249060-4 
  • Angold, Michael (1997). The Byzantine Empire, 1025–1204: A Political History (Second Edition). London, United Kingdom: Longman. ISBN 978-0-58-229468-4 
  • Birkenmeier, John W. (2002). The Development of the Komnenian Army: 1081-1180. Boston, Massachusetts: Brill. ISBN 90-04-11710-5 
  • Choniates, Niketas; Magoulias, Harry J. (trans.) (1984). O City of Byzantium: Annals of Niketas Choniates. Detroit, Michigan: Wayne State University Press. ISBN 978-0-81-431764-8 
  • Cinnamus, Ioannes (1976). Deeds of John and Manuel Comnenus. New York, New York and West Sussex, United Kingdom: Columbia University Press. ISBN 978-0-23-104080-8 
  • Curta, Florin (2006). Southeastern Europe in the Middle Ages 500-1250. Cambridge, United Kingdom: Cambridge University Press. ISBN 978-0-52-181539-0 


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